Desenvolvimento capitalista
SINGER. Paul. Desenvolvimento Capitalista e Desenvolvimento Solidário. Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo. 2006 p. 7-22.
“O capital financeirizado tornou se móvel, podendo mudar de forma com facilidade. Cada empresa individual, controlada por holding, está permanentemente à venda, na medida em que suas ações são transacionadas nas bolsas de valores. [...] A grande empresa se desfaz de empresas componentes e adquire outras, tomando em consideração o valor financeiro das mesmas em relação às perspectivas de lucro que oferecem”. (p. 14)
“A morfologia da economia capitalista mudou. Na era fordista, algumas centenas de EMNs, dominavam a maior parte dos mercados nacionais e internacionais [...] Na era atual, da "flexibilidade", são PMEs as que predominam, sendo uma parte formal e outra informal”. (p. 14)
“Dentro desse novo panorama, como se coloca a questão do desenvolvimento? Com o enxugamento da grande empresa, mais atividades de P&D estão sendo contratadas com universidades e centros públicos de ciência e tecnologia. [...] As novas forças de produção já vêm ao mundo com um preço, que é o custo de sua utilização mediante o pagamento de royalties. A contrapartida disso é o crescimento de um proletariado científico e tecnológico, naturalmente antagônico ao capital que o emprega: a ética científica de conquistar conhecimento novo para a humanidade deve se chocar com a sua comercialização”. (p. 15)
“O desenvolvimento capitalista emprega as novas forças produtivas para conquistar mercados [...] Na periferia, o capital desenvolve a economia mediante investimentos, em grande medida transnacionais, ou seja, promovidos por EMNs. Os Estados menos desenvolvidos tendem a competir por tais investimentos, oferecendo incentivos fiscais, infra-estrutura gratuita ou quase, participação dos governos no investimento etc. No Brasil, essa competição deu lugar à "guerra fiscal" entre unidades da federação”.