"Vias" de desenvolvimento capitalista
MAZZEO. Estado e Burguesia no Brasil: origens da autocracia burguesa. 2. Ed. São Paulo: Cortez, 1997. (Cap. IV – páginas 109 a 133).
Qual a particularidade da formação da burguesia brasileira considerando-a como “via-prussiana-colonial” em comparação com a “via clássica” e a “via americana”?
Discutindo-se a trajetória de formação da burguesia, automaticamente, trata-se da trajetória do desenvolvimento capitalista. Portanto, torna-se imprescindível considerar as particularidades das formações sociais estudadas, por meio das condições sócio-históricas em que ocorreu o processo de entificação do capitalismo nas mesmas. Desta forma, segundo Mazzeo, para o entendimento e posterior destaque da particularidade da formação da burguesia brasileira, deve-se, à priori, entender as “vias” de desenvolvimento do capitalismo nas formações sociais que foram as precedentes na trajetória do aburguesamento do modo de produção feudal.
Com isso, dentre as “vias”, traçadas pela burguesia, para desmantelar o feudalismo e instituir capitalismo, encontra-se a “via clássica”. Esta que, ocorreu em formações sociais (Inglaterra e França) caracterizadas por serem de cunho revolucionário, já que, a personagem aqui era uma burguesia amadurecida com a intenção de derrocar por completo o arcaico modo de produção feudal. Portanto, nesta “via” do desenvolvimento burguês, as conquistas políticas eram resultado de um confronto direto com a nobreza feudal e seus entraves. E, como fator distintivo que a torna revolucionária, encontra-se a participação e organização das massas populares em busca de uma mudança estrutural. Assim, ressalta-se que formações sociais revolucionárias, neste contexto, assumiram o liberalismo como expressão teórico-ideológica, fortificando o aparelho estatal para a acumulação capitalista e auxiliando na transformação da nobreza feudal em classe capitalista.
Como explícito por Mazzeo, há ainda a “via americana” de formação da