Estudante
(versão preliminar)
Maria de Annunciação Madureira Departamento de Ciências Sociais Universidade Estadual de Maringá
Na sociedade humana o trabalho constitui a base da produção da vida material. Indivíduos sociais cooperam entre si para usar as forças da natureza visando atender às suas necessidades. O produto do trabalho se materializa em valores de uso, em artigos que atendem a alguma ou a várias necessidades humanas.
O trabalho não é apenas uma atividade: é objetivação da subjetividade, e isso distingue o homem dos outros seres da natureza. Por sua vez, nem toda atividade humana é trabalho. O trabalho é, no entanto, protoforma de toda atividade humana.
O trabalho é sempre social e em torno de sua realização são tecidas as relações entre os indivíduos sociais, a própria sociabilidade. Ao longo da História, a sociabilidade se expressa em sociedades divididas ou não em classes sociais. O que caracteriza a existência de classes sociais é o modo de apropriação do produto do trabalho social. Uma sociedade está dividida em classes sociais quando há a apropriação privada do trabalho coletivo.
O capital é uma relação social de produção historicamente determinada. Em 1849 Marx já entendia o capital como “(...) uma relação social de produção. É uma relação histórica de produção”[1]. Essa compreensão foi adensada em sua obra principal, publicada algumas décadas depois:
O capital é “(...) uma relação de produção especificamente social de origem histórica que faz do trabalhador o instrumento direto de criar mais valia”[2].
A exploração do trabalhador, a extração de mais valia nas sociedades pré-capitalistas, como a do escravo na Antiguidade ou a do servo na