Depleção das reservas de Glicogênio Muscular
Muitos estudos, ao longo das quatro últimas décadas, têm demonstrado a relação direta entre os níveis de glicogênio muscular pré-exercício e o tempo de exaustão durante o esforço. Dessa forma, a depleção das reservas de glicogênio muscular tem sido freqüentemente associada à fadiga em diferentes exercícios físicos.
Em esforços prolongados, realizados sob intensidade moderada (60% a 85% do VO2 máx), o consumo da glicose é intensificado, principalmente nos estágios mais avançados do esforço, para o fornecimento de energia, visto que, nesse momento, as reservas de glicogênio muscular se encontram reduzidas, o que contribui acentuadamente para a queda do rendimento. Portanto, a depleção das reservas de glicogênio muscular apresenta uma forte correlação com a fadiga.
Neste sentido, o treinamento de resistência realizado de forma regular pode gerar alterações metabólicas importantes, tais como a redução na taxa de depleção do glicogênio muscular, aumento na utilização de triglicerídeos intramusculares e/ou AGL plasmáticos e, conseqüentemente, protelamento do início da fadiga. Já em esforços desenvolvidos sob baixa intensidade (inferior a 60% do VO2máx) as reservas de glicogênio muscular se mantém relativamente altas, visto que, aparentemente, existe um aumento da participação dos AGL para o fornecimento de energia. Isso vem demonstrar que, em exercícios de baixa intensidade, outros mecanismos, afora a depleção dos depósitos de glicogênio muscular, têm importante participação no desencadeamento do processo de fadiga muscular.
A taxa de depleção do glicogênio para um determinado músculo, em particular, depende diretamente do tipo, da duração e da intensidade do exercício físico.
Assim, durante a corrida , existe uma maior depleção de glicogênio muscular no músculo gastrocnêmio do que nos músculos do quadríceps. Em contrapartida, no ciclismo, essa participação se inverte (Fitts, 1994). Isso retrata o grau de recrutamento