definindo as gramaticas
As gramáticas são elaboradas com base em estudos de linguistas e gramáticos que tratam da língua de formas diferentes.
Toda língua é constituída de um sistema de normas que regularizam e viabilizam o uso das unidades e estruturas linguísticas que a compõem. A língua é, na verdade, o próprio sistema de possibilidades linguísticas à disposição de uma dada comunidade falante. Esse sistema de possibilidades linguísticas, que é a própria língua e que também se denomina gramática dessa dada língua, se estabelece vagarosamente na memória de seus usuários de forma impressionantemente espontânea. Ou seja, todos os falantes de uma dada língua têm, em níveis variados, essa gramática internalizada, que assimila com o simples contato com o outro durante o uso natural que faz da língua nas suas comunicações e expressões do pensamento.
Logo, o conhecimento dessa gramática internalizada e seu desenvolvimento não exigem nenhum esforço especial do usuário normal (aquele que não apresenta qualquer afazia que possa dificultar-lhe o uso da língua). Basta praticá-la e, para isso, basta viver em uma comunidade linguística e ter contato com os demais membros da referida comunidade.
Isto é o mesmo que dizer que é a gramática internalizada que permite reconhecermos as estruturas convenientes da língua de que fazemos uso. É ela que dá a cada um de nós a capacidade de rejeitarmos uma dada estrutura. Nesse sentido, podemos afirmar que todos os falantes de uma dada língua conhece a gramática dessa língua, embora não tenham a real consciência de tal conhecimento.
Da disciplina e dos estudos tradicionais de gramática da língua, surge a gramática normativa. Seu conceito nada tem de científico; é exclusivamente pedagógico, pois se define como um conjunto de regras pré-estabelecidas que oriente os membros de uma comunidade no uso padrão-culto da língua, mas que tem sido entendida como um conjunto de regras prescritivas. Regras déspotas, que