Resenha: Tradição Gramatical e Gramática Tradicional
Resenha elaborada pela acadêmica Anna Carolina Cardoso Morato, do 5° semestre de Letras – UFMS/CPTL.
A autora da obra “Tradição Gramatical e Gramática Tradicional”, Rosa Virgínia Barretto de Mattos Oliveira e Silva foi Graduada em línguas anglo-germânicas pela Universidade Federal da Bahia (1961), mestre em letras pela Universidade de Brasília (1965) e doutora em linguística pela Universidade de São Paulo (1971), com pós-doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (1981). Composta por três curtos capítulos divididos em 68 páginas, seu objetivo nesta obra é apresentar as principais características da Gramática na Idade Antiga e na Idade Média, mostrando como se desenvolveu a argumentação sintática, desde as primeiras observações sobre a combinação das classes de palavras, até a emergência da percepção sobre as relações funcionais no interior da sentença.
No capítulo “Gramática Tradicional”, Silvia apresenta as definições acerca do que é a Gramática denominada Tradicional. Desde a sua origem, essa gramática procurou estabelecer regras para a língua escrita com base no uso pelos “grandes escritores” da sociedade da época. O que veio a constituir-se como gramática tradicional origina-se em Platão e Aristóteles, provocando embates políticos –sociais na Grécia Clássica, que podem ser delineados na disputa filosófica e política entre a sofistica e Platão. Enquanto para a sofística o falar era uma propriedade do indivíduo, para Platão o discurso coincide com o ser e não com cada indivíduo como sujeito.
A gramática tradicional reforça o “dialeto da elite”, reforçando padrões de uso que são próprios a uma classe dominante, que o seu ensino faz silenciar os outros usos. Segundo a autora, pode se dizer que até hoje vivemos embate análogo ao da Grécia Clássica, porém, apesar da origem elitista dessa tradição de pensamento sobre a linguagem humana, o embate político –