Defesa de Tese Denise
Bruno Vasconcelos de Almeida
Em primeiro lugar, agradeço o convite da Dra. Denise Viuniski Nova Cruz e de sua orientadora Dra. Adair de Aguiar Neitzel. Cumprimento o Dr. Celmo Celeno Porto e as doutoras Carla Carvalho e Regina Célia Linhares Hostins.
É com alegria que venho a Itajaí para participar de uma banca de doutorado cuja tese trata da potência das narrativas no ensino e na prática da clínica médica. Pergunto se não seriam potências, pois creio que encontramos várias delas ativadas na escrita de um trabalho sobre a formação médica. Em tempo: vivemos uma época de acelerado processo de mercantilização do ofício médico, capturado na precarização do trabalho ou no jogo insensato dos planos de saúde. Para usar uma expressão da Clarice Lispector, há um sopro de vida, ou uma tempestade, de bons ventos nas quase duzentas páginas da tese. Temos um capítulo de metodologias e estratégias utilizadas pela autora para se posicionar com relação ao problema. Da crítica à clínica, encontramos o elogio do sensível, da sensibilidade, da criação. Uma razão vital e um pensar orgânico. Em outro capítulo encontramos a conectividade, ao modo deleuzeano, entre narrativas e medicina; um estudo aprofundado das diferentes possibilidades do uso da linguagem. No miolo, na parte intitulada ‘A Literatura é uma Saúde’, a autora resgata obras capitais da literatura e evidencia seu poder de promoção e criação da saúde, mesmo sob condições duras, de sofrimento ou de dor. Já no terceiro capítulo, Denise explora seus conceitos narrativa-devir e narrativa-afeto, onde posiciona a narrativa como arte e afeto, e o aproxima da estonteante ética spinozana.
A própria autora aponta o distanciamento existente entre medicina e arte e filosofia. Encontramos à página 16, Essas duas formas do pensamento humano foram absolutamente negligenciadas na minha educação formal de aluna de medicina, de residente de