Decartes
RENATO DECARTES
Descartes - Latinamente Cartésio – pode considerar-se o fundador do Racionalismo moderno e da filosofia moderna. E isto não tanto pelo seu sistema filosófico, que encerra materialmente uma quantidade de elementos tradicionais, transcendentes, espirituais e realistas, quanto pelo novo método. Este seu método, logicamente desenvolvido e aplicado, levará à supressão dos elementos acima lembrados – como aconteceu precisamente em Spinoza. Descartes afirma ser único método da ciência o método racionalista, dedutivo, próprio da matemática, pretendendo reduzir a filosofia à matemática.
VIDA E OBRAS
Renato Descartes nasceu em 1596, em La Haye, na Turena. Foi Educado no colégio dos Jesuítas de La Fléche, recebeu uma instrução filosófica e científica segundo os princípios da escolástica contemporânea. Após um período de vida mundana em Paris, dedicou-se à carreira militar, que cedo, abandonou para inteiramente consagrar-se meditação científica, segundo a sua íntima vocação. Entretanto , quis antes viajar pela Europa, que percorreu de 1619 a 1628, para ler e estudar no grande livro do mundo e da natureza. A família queria que se casasse, mas, aos 38 anos (1629), Descartes retirou-se para Holanda definitivamente, onde, durante 20 anos se entregou completamente ao estudo, à meditação filosófica e a composição de suas obras. A convite da rainha da Suécia, Cristina, em 1649 partiu para Estocolmo, onde, não resistindo às inclemências do frio e do clima, adoeceu e faleceu poucos meses depois, em 1649. Descartes não gozou de grande saúde física, mas teve uma inteligência viva, curiosa, penetrante desde a sua mocidade. Considerou fim último da sua vida a procura pessoal da verdade, sacrificando a este fim todos os grandes bens sociais; família, pátria, vida social.
As obras propriamente filosóficas de Descartes são quatro: Discours de la méthode, em francês ( Leida, 1637); Meditations de prima filosofia, em latin ( Paris, 1641) onde