Da Vinci
‘O Código Da Vinci’ é um bestseller norte-americano de ficção que, depois de um investimento milionário em marketing, foi publicado recentemente no Brasil. A trama do romance propõe a falsidade do cristianismo, que seria uma invenção da Igreja Católica mantida a qualquer preço ao longo dos séculos. Diante da sugestão, nas primeiras páginas do livro, de que estaria baseado em fatos reais, apresentamos uma resenha crítica publicada em “El Confidencial Digital” (Espanha).
São abundantes os romances, bem como as suas correspondentes adaptações cinematográficas, que se encaixam na chamada “teologia-ficção” para questionar a veracidade histórica do cristianismo. Não há dúvida de que pretendem aproveitar-se comercialmente do escândalo que suscitam nos fiéis e, ao mesmo tempo, fazer sucesso com um público carente de cultura religiosa, mas ainda familiarizado com o imaginário cristão.
O autor de ‘O Código Da Vinci’, Dan Brown, emprega a velha fórmula de encher páginas com uma informação aparente que, na realidade, não tem nenhuma base histórica, artística ou religiosa. Por isso, a crítica mais eloquente é, simplesmente, expôr friamente a sua tese, despojando-a dos fogos de artifício da trama de ação.
O enredo desse romance se baseia em afirmar que Jesus foi casado com Maria Madalena, com quem teve uma filha. Este fato teria sido supostamente silenciado pela Igreja ao longo dos séculos, através de assassinatos e guerras. A hipótese, repetida por muitos detratores do cristianismo, não tem fundamento histórico algum, de modo que não é sustentada por nenhum exegeta católico ou protestante. No entanto, o autor parece considerar mais confiável o roteiro de “A última tentação de Cristo” do que séculos de estudos bíblicos.
A Igreja Católica aparece no livro como uma grande mentira histórica, produto de uma invenção do imperador Constantino, que procurava uma religião para todo o império. Até esse momento, o cristianismo teria sido