Da Cruzada ao Quinto Império

4987 palavras 20 páginas
A Memória da Nação
Fichamento do texto “Da cruzada ao Quinto Império”
Luís Filipe Thomaz/ Jorge Santos Alves
Infelizmente a história ideológica da expansão portuguesa raramente tem sido escrita no passado: [...] continua as mais das vezes a escrever-se no presente. (81)
[...] impõe-se, portanto, um esforço para escrever no perfeito, mas num perfeito histórico, a história, tantas vezes escritas no presente, do fenômeno expansionista português – em todas as suas dimensões e facetas, inclusive a mental. (83)
O que se segue não pretende ser mais que uma prospecção, uma espécie de sondagem histórica, que em três momentos sucessivos nos permita fazer uma ideia da consciência que da essência, função e significado da expansão tiveram as gerações coevas. [...] Optou-se por uma espécie de sondagem, ilustrativa de três sucessivos momentos do processo expansionista: o das origens, nos finais do medievo, ou seja, a época henriquina; o da maturação, grosso modo correspondente à época manuelina e à Renascença; o do entardecimento, no século XVII, dominado pela Contrarreforma e pelo difícil restaurar da independência política. (83)
O período henriquino (D. Henrique, filho do primeiro rei da dinastia de Avis- D. João I [1385-1433]; D. Henrique teve como irmãos D. Pedro e D. Duarte, sendo este último o segundo rei da Dinastia).
A saída de Portugal para a conquista e expansão no além-mar marroquino, tornada efetiva com a expedição a Ceuta em 1415 – e sua assunção como projeto oficial, desde os primeiros anos de Quatrocentos –, caldeiam em certa medida o despontar da aparelhagem ideológica e valorativa para o tempo que é cômodo designar-se de período henriquino. (84)
Utilização, pelos autores, de Gomes de Eanes de Zurara e sua obra Crônica da Tomada de Ceuta:
Avança-se um passo mais na afirmação político-estratégica do reino, no quadro ibérico e no da cristandade europeia, ao mesmo tempo que se garantia a segurança da navegação comercial à saída do Mediterrâneo e a defesa

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