Cícero
Cícero nasceu numa antiga família da classe equestre, duma povoação do interior do Lácio, a quem tinha sido dada a cidadania romana somente em 188 a.C., e que nunca tinha por isso participado na vida política de Roma. O pai proporcionou aos dois filhos, Marco, o mais velho, e Quinto, uma educação muito completa, sendo que Marco Túlio, após ter aprendido na escola pública e ter chegado à maioridade, passando a vestir a toga virilis, foi entregue aos cuidados do célebre senador e jurista romano Múcio Cévola que o pôs a par das leis e das instituições políticas de Roma.
O Fórum de Roma, centro da vida de Cícero, era a grande praça ao ar livre da cidade. Ficava no cruzamento de duas avenidas, a Cardo e a Decumanus. Era lá que se encontrava a Cúria (onde se reunia o Senado), a Basílica (equivalente ao Palácio da Justiça), os templos dos cultos públicos (a Júpiter Capitolino e outras divindades), as termas que atendiam aos banhos e, por fim, o Rostrum, a Coluna Rostral, espaço especial usado para a oratória. Lá era o império particular de Cícero. A voz e a dialética dele, o furor com que se jogava sobre os adversários, extasiava os ouvintes. Cícero dominava o latim com ninguém até então o fizera. Trabalhador infatigável, deixou 834 cartas e 55 discursos, exercício que o intimou definitivamente com o idioma pátrio. Intelectualmente onívoro, nada lhe era estranho.
Defensor da república, houve sempre uma notável coerência no civismo dele. O regime da república vivia sob ameaças. Viu-se como um pastor atento em ter que afastar do redil, com o rodopiar ativo do seu cajado, os lobos famintos que o cercavam. Não cessavam nunca as ambições dos generais valentes que, arrastando atrás de si os ricos espólios dos povos vencidos, honrados com os louros das vitórias no exterior, queriam-na submetida, subjugada (como Sila fez e como Júlio César afinal conseguiu).
Bibliografia
http://www.consciencia.org/marco-tulio-cicero-biografia