CULTURA E CORPO
Na antiguidade valorizava-se somente o espírito desprezando-se o corpo; hoje estamos vendo o contrário acontecer. Há pessoas que estão se tornando escravas do corpo, e algumas moças que até se revoltam e sofrem porque não tem aquele corpinho escultural de “top model”, ou aquele cabelo como a da artista da novela, ou porque a sua estatura é baixa… Mas não é exatamente nisso que está o valor e a beleza do nosso corpo.
As academias de ginástica se multiplicam, e isso não é mau desde que seja bem usado, sem exageros e sem querer fazer do corpo um meio de exibição e de sucesso. As clínicas de cirurgia plástica, de emagrecimento e de embelezamento crescem a cada dia, e isso também pode ser bom, se for bem usado para se melhorar a saúde, mas não pode ser um meio para a vaidade. Uma plástica é necessária para corrigir um defeito físico que incomoda a mim e, principalmente aos outros, mas não deve ser usada por pura vaidade.
Uma onda consumista colocou na cabeça de muitos que o “mais importante” é ser bonito de corpo, esbelto, magro, segundo os “padrões de beleza” dos que ditam a moda. Consegue-se colocar na cabeça de muitos uma falsidade na qual se não estiver de acordo com esses padrões, não se é feliz. Um corpo bem tratado ajuda a felicidade, mas esta tem sua fonte, sobretudo, na alma. Já diziam que “o mais importante é invisível aos olhos”. Se a felicidade for construída em cima destes valores, ela será efêmera, vai acabar muito cedo e deixar a pessoa no vazio existencial. O corpo é belo, mas é um meio, não um fim.
Deus seria injusto se a felicidade dependesse da cor da pele, ou do perfil do corpo, ou da ondulação do cabelo. Pois tudo isto é genético e não se pode mudar, já nasceu assim. Por isso, olhe menos para o espelho, e olhe mais para a alma. Michel Quoist, dizia aos jovens que para ser belo é melhor parar “cinco minutos diante do espelho, dez diante de si mesmo, e quinze diante de Deus. ”O corpo é belo e digno, mas ele não pode sufocar o