Cultura no Estado Novo
Foi em 1933 que o regime desenhou pela primeira vez as linhas e métodos gerais da sua política cultural. Criou o Secretariado de Propaganda Nacional, chefiado por António Ferro. Esta política durou até ao final dos anos 40 e ficou conhecida como "política do espírito".
Eram três as bases deste programa. A primeira consistia no uso da cultura como meio de propaganda; os movimentos culturais deviam ser orientados no sentido de glorificar o regime e o seu chefe. A segunda foi a tentativa de conciliar as velhas tradições e os antigos valores com a modernidade daquele tempo, articulando uma ideologia nacionalista de nautas, santos e cavaleiros com as ideias modernistas e futuristas de António Ferro e seus parceiros. Em terceiro, o programa cultural do regime procurava estabelecer uma cultura nacional e popular com base nas suas raízes e nos ideais do regime. Em jeito de conclusão, pode dizer-se que a cultura deste tempo pretendia ser simples, de modo a distrair o povo e não o fazer pensar naquilo que, segundo os membros do governo do Estado Novo, não era da sua competência.
Nesse período, pode-se observar a criação de uma série de mecanismos de censura que representavam a instalação de um regime ditatorial no Brasil. Ao contrário do que se possa deduzir essa situação de ordem restritiva não implicou na diminuição das manifestações culturais pelo país. Entre as décadas de 1930 e 1940, observamos uma eclosão do uso dos meios de comunicação e o consequente desenvolvimento de várias manifestações artísticas.
Sem dúvida, o rádio ocupou uma posição privilegiada, no qual as estações disseminavam novelas, programas de auditório e notícias. Aproveitando-se da popularização do veículo em questão, o governo de Vargas estabeleceu a criação de rádios, agências de notícias e programas que disseminavam as ações oficiais. Entre os programas mais conhecidos estava a “Hora do Brasil”, transmitido para os quatro cantos do território e precursor do ainda