Cultura e propaganda no estado novo
O Estado Novo instaurado no Brasil em 1937, e comandado por Vargas, é um dos inúmeros exemplos da importância da comunicação de massa e do discurso persuasivo. Pode se afirmar que neste período ocorreu a instituição de um governo ditatorial, aos moldes da Itália fascista, porém, apoiado pelo povo. Os meios de comunicação, portanto, foram de suma importância para a divulgação do populismo de Vargas. Apresentavam uma imagem, verdadeira por sinal, do governante nacionalista, “colocava os interesses nacionais acima dos interesses pessoais, como, por exemplo, os interesses do desenvolvimento industrial acima dos interesses grupalistas.”[1]A questão da mensagem subliminar usada nas propagandas do Estado Novo pode ser tomada como um viés para o entendimento do governo ditatorial que se manteve, a despeito de alguns adornos fascistas. O populismo e o nacionalismo “Varguistas” eram idolatrados e defendidos pela população, e o apoio das massas que compartilhavam dos mesmos ideais nacionalistas, aliado a uma comunicação bem estruturada foi o que manteve Vargas no poder durante um longo período.
A Era do Rádio
Nesse ínterim de mudanças, se fazia necessário a formação de um Estado sólido e da identidade brasileira. Assim, as principais ferramentas usadas para tal fim foram o cinema e o rádio, tornando possível a difusão de uma nova linguagem e de um novo discurso social, que segundo Doris Fagundes Haussen[2] pode ser conceituado como popular massivo. O uso dessas tecnologias, segundo o autor, estaria intrinsecamente ligado ao projeto estatal de modernização político e cultural do país. Doris Haussen aponta que Getúlio Vargas compreendia o valor do radio para lograr tal empreendimento. Para isso, ele teria, no dia 1º de março de 1937, em uma mensagem enviada ao Congresso Nacional, anunciado o aumento do número de emissoras no país. Mensagem esta que aconselhava também a instalação de "aparelhos rádio-receptores, providos