Cultura goiana
O que é ser goiano? Que bicho é esse com o qual agora começam a se preocupar os estudos brasileiros em geral, desde o crescimento econômico até a novela Araguaia? Como se denominaria esse matuto macunaímico que vive entre o sertão de Guimarães Rosa e as veredas de Carmo Bernardes? Esse ET transformista, misto de agrário e urbano, roça e cidade, curral e concreto? Nós de Goiás, que por tanto tempo vivemos à sombra da história definida pelo centro-sul do país, quem somos, ou melhor, o que nos tornamos? É possível se pensar a mineiridade através de uma construção ideologicamente traçada, como bem demonstram alguns estudos sobre o tema, bem como por meio de uma cultura política marcada e referendada pelo aval nacional. É possível detectar a nordestinidade através da redoma do cerco e da cerca em torno da miséria local e de muitas, muitas lutas no campo. É mais que possível entender a hegemonia do centro-sul por sua preponderância econômica e política no cenário nacional, determinando um poder aceito e absorvido pelo país afora. Mas e a goianidade? Esse é um dos pontos que teremos que discutir para chegar a um entendimento do que possa vir a ser a identidade cultural do goiano.
Goiás se parece muito com Minas Gerais, temos a mesma ausência do mar, o mesmo luar do sertão, montanhas e minérios e achamos as coisas um "trem-bão" em cada coisa "boa demais da conta". Mas o ouro nos legou heranças provinciais distintas. Portanto, para falar de Goiás é fundamental notar que temos particularidades históricas que não nos deixa ser um mero reflexo das transformações ocorridas em nível nacional. Nem por isso somos assim tão distintos. Para se compreender esse processo de construção da identidade goiana é necessário