Arquitetura e Industrialização

ANAIS DO II ENCONTRO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA COLONIAL.
Mneme – Revista de Humanidades. UFRN. Caicó (RN), v. 9. n. 24, Set/out. 2008. ISSN 1518-3394.
Disponível em www.cerescaico.ufrn.br/mneme/anais

A PONTE DA DISCÓRDIA:
A CONSTRUÇÃO DA PONTE DE ITAPISSUMA E OS CONFLITOS PELA LOCALIZAÇÃO
DA CABEÇA DA CAPITANIA DE ITAMARACÁ
Luciana de Carvalho Barbalho ([e-mail])
Mestranda pela Universidade Federal da Paraíba – UFPB

Introdução
A elevação da povoação de Goiana à vila e a sua constituição como cabeça da capitania de Itamaracá, em 1685, provocou um conflito com a antiga sede, a ilha de Nossa
Senhora da Conceição. O foco do conflito no presente estudo encontra-se entre a câmara municipal de Goiana, que formava o poder local e era composta em sua maioria por mercadores reinóis, e os soldados da infantaria, localizados no presídio e fortaleza da ilha, ambos formando alianças políticas com os agentes da coroa nas capitanias de Pernambuco e Paraíba, com o intuito de conseguirem favores políticos com relação à posição de Goiana ou Conceição como sede da capitania de Itamaracá. Estas redes de alianças intensificaramse, principalmente, durante o conflito da guerra dos mascates, onde também podemos perceber uma contenda interna em Goiana entre a açucarocracia, composta principalmente pela parentela dos Cavalcanti de Pernambuco, e os mercadores reinóis, pelos cargos camarários. A partir do término das alterações pernambucanas, os soldados da fortaleza de
Santa Cruz solicitaram diversas vezes ao rei a mudança da câmara de Goiana para a ilha e sugeriram a construção de uma ponte sobre o rio Itapissuma para evitar os inconvenientes da passagem dos vereadores através do rio, bastante perigoso, para realizar as vereanças na antiga câmara. No entanto, a construção da ponte foi atrasada, tornando-se motivo de discórdia entre as elites associadas ao Poder Central das capitanias de Pernambuco e
Paraíba e dando continuidade ao conflito pela