Sérgio Ferro
Sérgio Ferro nasceu em Curitiba em 1938 e se formou em arquitetura e urbanismo em 1962 na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP). Além de arquiteto, é pintor, desenhista e professor. Após se formar foi convidado a fazer parte do quadro docente da FAUUSP, como assistente de ensino na cadeira de História da Arte. A partir daquele ano até 1970 foi também professor de composição plástica, história da arte e estética em várias escolas e faculdades de arte e arquitetura em Santos, São Paulo e Brasília. Em 1962,, junto com Rodrigo Lefèvre e Flávio Império formou um grupo chamado Arquitetura Nova, que iniciou uma reflexão crítica acerca da arquitetura brasileira produzida até então, bem como de suas perspectivas diante do fim da euforia nacional-desenvolvimentista que caracterizara o governo de Juscelino Kubitscheck e o advento do regime militar, claramente influenciados pelos mestres Oscar Niemeyer, da chamada "Escola Carioca", e sobretudo por Vilanova Artigas, da "Escola Paulista". O ponto de partida do grupo era seguir o ideal deste último, que almejava educar a burguesia paulistana da época, habituada à ostentação e à prodigalidade em ornamentos, característica da arquitetura eclética, e oferecer projetos de desenho mais sóbrio.
Seguindo esse ideal, os três arquitetos passam a dividir nos anos 1960 um escritório onde discutem o papel social do arquiteto e as relações de produção no canteiro de obras, a perspectiva de industrialização da construção civil (particularmente habitacional) e as técnicas construtivas tradicionais. Começam a elaborar projetos de residências de classe média, praticando o que eles mesmos definiram como "poética da economia": experiências construtivas relativamente simples, cuja otimização de procedimentos tinha como objetivo aumentar a produtividade e o acesso à arquitetura. Preocupavam-se em reduzir o custo da obra, ampliar o acesso à habitação e à arquitetura, e simultaneamente