Cultura dos Materiais
Um bom historiador deve saber escutar e entender seus objetos de pesquisa, e existem diversos objetos de pesquisa, a historia oral, os documentos escritos, objetos arqueológicos entre outros. E esse texto aborda sobre os objetos arqueológicos, que são muitas vezes ignorados e mal interpretados pelos historiadores, levando de certa forma a uma marginalização dos materiais, já que eles ignoram o que esses materiais podem apresentar de importante em uma pesquisa. Mas se esses objetos são tão importantes, por que os historiadores os negligenciam tanto? Um fator importante para isso talvez seja a do conceito pré-formado sobre os objetos, por exemplo, se arqueólogos encontrarem ossos de suposto soldado egípcio de cerca de 1250 A.C. nas profundezas do mar vermelho, muitos historiadores irão lá não com o intuito de descobrir como aqueles ossos foram parar ali e porque, mas irão com diversos documentos para tentar provar que aquele soldado foi morto na fuga do profeta Moises. Ou seja, eles não tentarão “escutar” o que aquele objeto tem a dizer, simplesmente lhe atribuirão coisas que eles querem que seja. Uma postura que também pode ser avaliada aqui é o modo secundário que esses materiais são tratados, vasos, esculturas e diversos materiais são usados apenas como suplementos dos documentos escritos, servindo apenas para provar o que lá está escrito, sendo que esse material tem muito mais a apresentar do que mera complementação, eles são documentos a parte, trazem com si uma carga histórica riquíssima. Os vasos de cerâmica gregos são um bom exemplo disso, suas pinturas de guerreiros marchando e criaturas místicas não provam apenas o modo que os soldados se vestiam ou a suas crenças místicas, trazem também as suas diversas formas de vasos as Ânforas, Hidras, Crateras entre outras que tinham funções diferentes, o tipo de artesanato que os Antigos gregos tinham e ainda a evolução dos mesmos gregos em seus