Culpa ou mérito?
Tamara Miranda Reis Vieira ¹
¹ Graduanda de Comunicação Social na Universidade de Brasília – UnB, matrícula 10/0124305
RESUMO:
Esse texto discorre sobre a delicada relação entre jornalistas e policias. Trata de casos onde jornalistas colocaram a perder meses de investigações policias, que corriam em segredo de justiça. O objetivo é fazer uma reflexão sobre até onde vale a pena atrapalhar investigações policias para obter um furo de reportagem, além de tentar entender como se dão os jogos éticos nesses casos.
PALAVRAS CHAVES:
Jornalismo investigativo, operação Astiages, operação Satiagraha
O jornalismo investigativo é uma das vertentes mais forte e prestigiada da profissão de jornalista. Os profissionais investigativos procuram sempre o furo, aquela reportagem que ninguém noticiou, mas que depois dele todos irão noticiar. Jornalistas investigativos normalmente prestam grandes serviços para a sociedade, noticiando e cobrando soluções do poder público em uma série de temas, normalmente de ordem social e criminal.
É incontestável que sem o jornalismo investigativo muitas falcatruas ficariam encobertas e que muitos crimes desconhecidos. Em muitos casos os policiais até levam junto a imprensa quando vão deflagrar alguma grande operação policial, normalmente sem grandes informações para que os jornalistas não atrapalhem as investigações.
Porém nem sempre é amistosa essa relação entre jornalista e polícia, pelo contrário, existe inúmeros casos de grandes atritos entre pessoas das duas profissões.
A grande queixa que os policias fazem dos jornalistas é que os profissionais da comunicação não respeitam os processos que correm em segredo de justiça, noticiando muitas vezes operações antes mesmo delas acontecerem. Já os jornalistas rebatem tais acusações afirmando que segredo de justiça só existe para as partes envolvidas e que toda a acusações feita pelos policiais é pelo motivo de eles, profissionais de comunicação, terem acesso mais fácil a