Crônica sobre gramática
Vi uma reportagem no Jornal Hoje que dizia que os professores da língua portuguesa ensinam metade do que deveriam ensinar nas escolas, talvez seja por isso que a maioria dos estudantes ao prestar um vestibular tira uma nota muito baixa em redação e poucos tiram uma nota melhor nas questões múltiplas escolhas da língua portuguesa, e há aqueles que fazem um cursinho pré-vestibular para revisar tudo o que aprendeu até o ensino médio, mas acabam descobrindo que tem muito conteúdo a aprender. Após passar em um vestibular, são iludidos quando alguns cursos oferecem na grade curricular a disciplina de português, acreditando que finalmente irão aprender. Mas a verdade é que as faculdades continuam ensinando pela metade, pois acreditam que os alunos já deveriam conhecer toda a regra gramatical, alguns até condenam a incompetência desses alunos.
No diário de classe do Jornal do Trem de São Paulo, a Professora Elis Verri, conta sua experiência ao aplicar uma prova para os alunos da 6ª série que nunca tinham feito uma avaliação de verdade, os alunos reclamavam dizendo que não conseguiriam fazer a prova sem consulta. Os alunos estão acostumados a provas simples, transcrições de textos e vista grossa dos professores. Mas o que poucos sabem é que as escolas pedem para os professores para não reprovarem os alunos, por isso, os professores fingem que avaliam, os alunos acham que aprende, a escola acredita que a meta foi atingida com sucesso, o bônus no final do ano chega e o ciclo se cumpre. Ela comenta: “Sei que o caminho será muito árduo para eles – esses jovens que são o futuro do país”.
Conheço muitos jovens de 12 a 17 anos que estudam em uma escola pública e às vezes me pergunto se eles não estão aprendendo pelo menos a outra metade da língua portuguesa, pois sempre ouço eles dizerem: para “mim fazer”, “nós vai” ou “a gente vamos”, “menas maças”, entre outras frases que são abomináveis para a norma padrão.
Com referência ao “nós