critica penal
“NOTÍCIAS DE UMA GUERRA PARTICULAR”
O documentário exposto em sala de aula retrata de forma crua a realidade do policiamento e das favelas cariocas, os dois lados da moeda, sem apresentar vilões ou mocinhos, apenas pessoas que acreditam em seus ideais para fundamentarem seus atos, sejam maléficos ou benéficos.
Nas favelas, podemos ver uma certa forma de governo, sob o disfarce do tráfico. Por exemplo, quando alguém adoece e fala com o chefe do local, em busca do medicamento, que deveria ser função do governo do Estado fornecer, “em meia hora lá está o medicamento”, parafraseando uma moradora da comunidade. Então, as pessoas “de bem” não ficam contra os traficantes, pois são favorecidos por eles.
O que causa uma grande admiração por parte dos jovens da comunidade, pois os traficantes conseguem tudo que querem. Mas o fator que realmente causa esta imensa admiração é, principalmente, a falta de uma perspectiva de um futuro melhor, sem uma base de educação, os jovens são socialmente construídos a acreditarem que a única maneira de uma “carreira de sucesso”, é no crime organizado. Os mesmos se inferiorizam perante a sociedade e criam um tipo de ódio, ou sentimento de vingança contra os que “possuem mais” fora da favela. Mesmo sabendo que o provável fim, é uma morte precoce, eles parecem não se importarem minimamente.
Um dos pontos mais interessantes do documentário é ver que os bandidos não se julgam errados, justificando seus atos na chamada “síndrome de Robin Wood”, ou seja, tirar dos ricos para dar aos pobres.
Enquanto uns tentam exterminar o tráfico e ficam sem esperança diante daquilo que pode ser comparado com o mito grego da Hidra, que se corta uma cabeça nascem duas no lugar, os policiais se vêem de mãos atadas, com um sentimento de impotência, como podemos ver no comovente depoimento do comandante Rodrigo Pimentel, do BOPE, no qual foi baseado o famoso Capitão Nascimento, do filme “Tropa de Elite”.
A população da comunidade tem uma