Crise nas ciências sociais
As Ciências Sociais existem hoje em estado fragmentário; a história da institucionalização das disciplinas acadêmicas explica, em parte, o porquê dessa fragmentação. O processo de sistematização do conhecimento; a sede de auto-afirmação e legitimação da razão de ser das novas disciplinas e, com a complefixicação do sistema-mundo (Revolução Francesa, Revolução Industrial, crises econômicas e sociais etc), a necessidade de respostas imediatas clamadas pela sociedade para problemas específicos (crises políticas,econômicas, sociais), são fatores que contribuíram para o processo de divisão das Ciências Sociais, para uma forte focalização no objeto de análise. Este caminho de especialização e sistematização foi o mesmo trilhado pelas Ciências da Natureza; inclusive, há a impressão de que as Ciências Sociais acompanhou e incorporou os caminhos das da Natureza, em busca de legitimidade, sem nunca conseguir de fato uma emancipação.Entretanto, o tempo passou, o mundo sofreu profundas mudanças, e as Ciências Sociais parecem repousar em bases e estruturas antigas e ultrapassadas, bases estas que as próprias Ciências da Natureza já derrubaram, de modo que é praticamente um consenso a constatação de que as Ciências Sociais passam por uma crise epistemológica.
A crise e a desconexão entre as disciplinas componentes das Ciências Sociais
No contexto do processo de divisão das disciplinas, no século XV e XVI, o desejo de se alcançar “verdades universais” se traduziu na busca por conhecimentos “limpos”, “puros”. Para tal, exigiu-se um profundo grau de especialização, processo ocorrido em todas as áreas do conhecimento. Tal busca rendeu muitos frutos e valiosos conhecimentos. Por outro lado, essa acentuada ramificação e especialização do conhecimento resultaram no surgimento de inúmeras disciplinas que, de tão especializadas, já não interagem, não conversam. Esta falta de interação entre as disciplinas representa, de certo modo, uma “mutilação” do