Crise na zona do euro
Esta crise, iniciada em 2007, encontrou seu clímax com a crise global do capitalismo em 2008 mas, desde então, vem dando sinais de recrudescimento, sugerindo que o pior talvez ainda esteja por vir.
Suas inevitáveis e severas consequências sociais e políticas vêm atingindo a
Grécia de forma especialmente contundente, mas também afetam outros países da zona do Euro como Portugal, Espanha, Irlanda e hoje ameaça até mesmo a Itália.
Não por acaso, com a relativa exceção da última, todas estas sociedades são historicamente periféricas, orbitando em torno do “núcleo duro” do sistema europeu - a indústria alemã e os capitais financeiros ingleses.
Do ponto de vista macroeconômico, esta crise resulta do aprofundamento dos históricos desequilíbrios nas transações comerciais e financeiras da periferia com as mais avançadas economias européias. Sua exacerbação resulta da unificação de seus territórios monetários decorrente da adoção do Euro. Esta unificação reúne sociedades centrais e periféricas no contexto da Divisão Internacional do Trabalho
(DIT). Mas apesar de sua manifestação no nível de análise econômico, se trata de uma crise, em última instância, política, dotada de fundamentos históricos.
O artigo faz um relato sucinto dos principais fatos históricos que apontaram para a criação da moeda comum européia; discute o controle político e macroeconômico alemão sobre a zona do Euro; aspectos da natureza política da moeda, procurando os motivos pelos quais os ingleses não aderiram ao Euro; aponta para as consequências da adoção da moeda comum para as economias da periferia européia; por fim, conclui buscando soluções para a reversão deste quadro crítico, conjecturando cenários que podem incluir o restabelecimento das moedas nacionais pelas nações da periferia européia, a