Crise ambiental ou crise civilizatoria
MAGALHÃES, Raul Francisco – Crise Ambiental ou Crise Civilizatória?
Raul Francisco Magalhães é professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de Juiz de Fora
Crise Ambiental ou Crise Civilizatória?
O texto procura fazer uma reflexão sobre a crise civilizatória vivida nos dias de hoje pela humanidade, indicando que ela seria consequência do modelo atual de sociedade vivida. É notado que muitos dos problemas de hoje em dia podem ser solucionados ou minimizados com os avanços científicos. Grande parte das questões ambientais está ligada ao risco, pois são consequências dos avanços tecnológicos e científicos. Os seres vivos e a natureza tinham um valor e agora tem outro.
A ideia do desenvolvimento sustentável e de que a economia deve respeitar os limites dos recursos naturais, e não do seu esgotamento, ajudou a promover algumas modificações importantes no campo ambiental, mas é difícil ter desenvolvimento sustentável enquanto vivemos numa extrema desigualdade social. O Homem deve tratar a natureza como parte de sua vida e não como uma propriedade. A problemática ambiental demanda de mudanças de comportamentos, de discussão e construção de formas de pensar e agir na relação com a natureza, deve haver uma interação entre a sociedade e a natureza de forma que seja benéfica para os dois lados. O nível da qualidade de vida no planeta depende do equilíbrio entre a população, os recursos naturais disponíveis e os resíduos gerados pela população por isso é impossível pensarmos no desenvolvimento sustentável sem relacioná-lo com as desigualdades existentes.
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A crise ambiental e a crise civilizatória estão ligadas uma com a outra porque os problemas relacionados ao meio ambiente são consequências, também das relações humanas, e no mundo de hoje é difícil saber até quando vamos viver presos ao consumismo, a ciência ou a tecnologia. Se nossa sociedade não imperasse a desigualdade,