Crise ambiental ou crise civilizatória?

RESENHA
MAGALHÃES, Raul Francisco. Crise Ambiental ou Crise Civilizatória? in Educação
Ambiental em Perspectiva. UFJF.
Raul Francisco Magalhães é Doutor em Ciência Política pelo IUPERJ. Atualmente é professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFJF e pesquisador nas áreas de Ciência Política e Microssociologia.
O texto tem como foco de discussão os problemas ambientais como consequência do modelo de desenvolvimento sem limites da civilização capitalista, onde o crescimento econômico deve acontecer a qualquer custo, levando à degradação do meio natural.
O autor inicia o texto abordando um assunto que vem trazendo muitas preocupações. Segundo ele não somente as desigualdades sociais continuam gerando crises, evidenciando a irracionalidade do modelo da sociedade em que vivemos. Na verdade, podemos dizer que hoje presenciamos um problema bem mais radical, imposto pela moderna forma de vida: trata-se da impossibilidade real de o planeta continuar a sustentar a sociedade industrial que, para sobreviver, está superexplorando a natureza, fonte primária de todos os recursos de energia, o que pode levar ao virtual fim da forma humana de vida.
Esse é o primeiro ponto de um paradoxo com o qual nem os socialistas, nem os defensores do capitalismo estão preparados para sobreviver, ou seja, a crise ambiental nos põe um dilema maior que o da exploração de classes: ela nos mostra que o problema poderá representar o verdadeiro fim da história, mas apenas se não for devidamente enfrentado. Um mundo esgotado na natureza não permitirá vida social, seja ela capitalista, socialista ou de qualquer outro modelo.
Raul Francisco Magalhães mostra que na antiguidade e no mundo não ocidental, tinha-se uma visão de uma natureza mística, ou "encantada". Tudo que compunha a natureza era percebido como divindade, em relação às quais se impunha o devido respeito e adoração. A natureza se protegia pelos limites mágicos que os homens impunham,
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