Crença verdadeira e Justificada
DUTRA, Luiz Henrique de A. Introdução à epistemologia. São Paulo: Editora UNESP, 2010.
CRENÇA VERDADEIRA E JUSTIFICADA O texto propõe oferecer as bases mínimas para a discussão que tem como objetivo a análise conceitual de conhecimento, inicia tratando da concepção clássica de conhecimento e analisa as prováveis condições do conhecimento. Depois trata dos contraexemplos formulados por Gettier e Russell à concepção platônica de conhecimento e realiza a análise dos argumentos de ambos ao final, trata dos problemas epistemológicos envolvidos no processo de conhecimento – especificamente o problema do subjetivo e do objetivo.
Segundo Gettier há três requisitos que a epistemologia tradicional impõe como condições gerais para haver conhecimento, então podemos dizer que S sabe que P se, e somente se:
i. P é verdadeira, ii. S acredita que P e iii. S está justificado a acreditar que P.
Conforme essa concepção, o conhecimento é algo que depende, em primeiro lugar, do sujeito cognoscente pois é ele que sustenta ou não determinada proposição e é ele que está ou não justificado em ter essa crença. O conhecimento (opiniões justificadas) é a junção de opiniões do sujeito com opiniões verdadeiras, ou seja, são conhecimentos apenas as opiniões do sujeito que são verdadeiras e também justificadas.
No argumento de Gettier, o que ocorre é que em virtude das inferências feitas e das circunstancias e coincidências não conhecidas pelo sujeito, uma proposição na qual ele crê – proposição que é verdadeira e para a qual ele possui justificação – não pode ser considerada um caso de conhecimento, devido a mudança de perspectiva. Que nos indica que há outra hipótese ainda não revelada de sua argumentação, que na epistemologia recebe o nome de “solipsismo metodológico” – consiste em supor que o conhecimento é algo privado do sujeito e que é o sujeito quem decide a seu respeito. Esse mesmo solipsismo é presumido por Russell em suas discussões