definição tradicional do conhecimento e critica
“Suponha-se que alguém aposta regularmente em cavalos. Tenta apostar em vencedores, mas raramente o faz. Contudo, está tão cheio de ilusória autoconfiança que sempre que consegue uma aposta acredita ardentemente que o seu cavalo vai ganhar. Nas raras vezes em que o cavalo ganha, saberia o apostador que o cavalo dele iria ganhar? Claro que não. Ele poderia sentir-se completamente confiante, mas isso é outra história. Para se saber algo, não se pode apenas adivinhá-lo, mesmo que se acerte, e não o sabemos por maior que seja a confiança que depositamos no nosso palpite. Assim, que mais é necessário para o conhecimento, além da crença verdadeira?”
Por que razão o autor do texto diz que o apostador não poderia saber que o cavalo dele não iria ganhar?
1. O autor do texto nega que exista conhecimento, pois o apostador apenas está confiante que o seu cavalo vai ganhar, tem uma crença que julga ser verdadeira, mas, na realidade, falta-lhe a justificação dessa crença para que ela possa ser considerada conhecimento.
Parece claro que o conhecimento não é uma mera crença. A prova disso mesmo é que duas pessoas podem acreditar e afirmar em simultâneo que sabem algo completamente oposto sobre um mesmo assunto: por exemplo, A diz “Acredito que Deus existe” e B diz “Acredito que Deus não existe”. Mas se ambas as pessoas acreditam em enunciados contraditórios, não podem estar ambas certas.
Para saber algo não basta acreditar que se sabe, é preciso, então, para além da crença, que isso seja verdade.
Aquilo para que o texto nos alerta é que é necessário