Relatorio
Em geral, está implícita, na noção de teoria, a suposição de que a teoria “descobre” o “real”, de que há uma correspondência entre a “teoria e a realidade”, é sempre representacional , especular, mimética: a teoria representa, reflete, espelha a realidade, é uma representação , uma imagem, um reflexo, um signo de uma realidade que _ cronologicamente, ontologicamente _ a precede, uma teoria do currículo começaria por supor que existe, “ lá fora”, esperando para ser descoberta, descrita e explicada, uma coisa chamada “currículo”, precederia a teoria, a qual só entraria em cena para descobri-lo, descrevê-lo, explica-lo. De acordo com essa visão, é impossível separar a descrição simbólica, linguística da realidade _ isto é, a teoria de seus “efeitos de realidade”, não se limita a descobrir, a descreve, a explicar a realidade: a teoria estaria irremediavelmente implicada da sua produção. Uma teoria supostamente descobre e descreve um objeto que tem uma existência independente relativamente à teoria, em troca, produz seu próprio objeto é inseparável da trama linguística que supostamente descreve, o que efetivamente faz é produzir uma noção particular de currículo. A suposta descrição é, efetivamente, uma criação, aquilo que ela cria acaba aparecendo como uma descoberta. Em conexão com o processo de industrialização e os movimentos imigratórios, que intensificavam a massificação da escolarização, houve um impulso, por parte de pessoas ligadas, sobretudo à administração da educação, para racionalizar o processo de construção, desenvolvimento e testagem de currículo, as ideias desse grupo encontram sua máxima expressão no livro de Bobbitt, The curriculum (1918), visto como um processo de racionalização de resultados educacionais. No modelo de currículo os estudantes devem ser processados como um produto fabril. Nesse entendimento, o “currículo” sempre foi isso que Bobbitt diz ser: ele se limitou a