CRASH NA ANTROPOLOGIA
Com cenas intrigantes, conectadas e curiosas, Crash – No Limite aborda um assunto que nunca deixará de despertar o interesse público de explicação. E nada melhor do que a ciência social que explica a diversidade dos povos na unidade da espécie, para ajudar o telespectador a compreender e adquirir um ponto de vista a respeito do preconceito entre culturas representado no filme.
Crash – No Limite tem seu cenário em Los Angeles, Estados Unidos onde personagens de diferentes origens com histórias particulares – já dizia Franz Boas – se entrelaçam causando um choque de etnias. Esse choque de etnias obriga as seis histórias a conviverem juntas, cada uma mostrando a sua personalidade, costumes e gêneros, tudo isso resulta segundo Edward Tylor no termo cultura. Em meio a essa diferente convivência de culturas que surge a grande temática do filme: o preconceito. O diferente contato entre esses povos resulta no preconceito, obviamente vindo do Etnocentrismo, onde a cultura do outro é analisada a partir da sua.
Uma das escolas da Antropologia, chamada de Escola Evolucionista tem essa maneira de analisar o outro através da sua cultura, afirmando que todas as culturas são desenvolvidas de forma unilinear e que para se tonarem desenvolvidas (civilizadas) devem chegar ao último estágio onde eles se consideram desenvolvidos. Uma maneira de centralizar a sua cultura como a única desenvolvida.
O interessante do filme é que a temática não estaciona no óbvio e clichê “negro versus branco”, mas abrange os latinos, asiáticos, persas e orientais.
Logo nas primeiras cenas do filme, a dupla de negros descreve a maneira como os brancos se comportam ao verem negros se aproximar. O casal branco e de classe média atravessa para o outro lado da rua imediatamente assim que os avistam, e esconde os seus pertences, fazendo uma analogia preconceituosa do negro na sociedade capitalista, associando à imagem deles a de ladrões, diminuindo o seu caráter diante das outras