Etnocidio - Pierre Clastres (Arqueologia da violencia)
Genocídio à extermínio sistemático de uma minoria racial (termo genocídio sempre remete à ideia de “raça”);
Etnocídio à aponta não para a destruição física dos homens (genocídio), mas para a destruição de sua cultura. É, portanto, a destruição sistemática dos modos de vida e pensamento de povos diferentes daqueles quem empreendem essa destruição;
Genocídio X Etnocídio
Supressão física Supressão “espiritual”
O Genocida extermina o mal, enquanto o etnocida supõe que os outros, os maus, podem ser transformados para que se tornem idênticos ao modelo que lhes é proposto (imposto). O etnocídio é praticado para o “bem” do selvagem. Ex: creio que o chamado “fardo do homem branco” (levar a civilização aos chamados povos primitivos), no Imperialismo do séc XVII se encaixa bem como um exemplo de etnocídio + os missionários nas Américas para catequizar os indígenas;
Prática etnocida à hierarquia das culturas;
+
Superioridade absoluta da cultura Ocidental;
A partir desses dois axiomas se constrói a prática etnocida, enquanto as culturas superiores (a ocidental) mantém com as outras (primitivas) uma relação que se dá no sentido de suprimir a segunda para que essa alcance a superioridade (nível ocidental). É aí que se afirma no texto corretamente: “a espiritualidade do etnocídio é a ética do humanismo”, ou seja, na perspectiva de quem pratica o etnocídio, ele não é destrutivo! Pelo contrário, é uma “tarefa”, um “fardo” que tais agentes carregam (pois prega a cultura ocidental um esse humanismo). Ex: é preciso suprimir a “indianidade” do índio para torná-lo cidadão brasileiro;
Agora é importante avaliar que a cultura ocidental é etnocida (e somente ela é etnocida) porque é etnocêntrica. Mas o etnocentrismo é uma característica intrínseca a todas as culturas. Ex: os Innuit (esquimós) se denominam assim