Cotas raciais
O presente trabalho tem o propósito de analisar as ações afirmativas, com ênfase especificamente na política de cotas raciais como forma de promover a igualdade entre grupos isolados socialmente ou economicamente. O foco principal será analisar a legitimidade e a coerência desta forma de ação, delimitando o espaço à UNIOESTE – Universidade Estadual do Oeste do Paraná, campus de Toledo/PR. A discussão permeia os critérios de avaliação para a inclusão de negros nas instituições públicas, concebendo que há uma discriminação da população negra no que diz respeito ao acesso à educação superior.
Colocando a sociedade no papel principal e dando a esta a possibilidade da construção de um futuro livre da marginalização racial, a intenção desse estudo será verificar as regras e critérios adotados para a escolha dos alunos que são favorecidos por essa política e as possibilidades de inovação na sociedade brasileira, dando voz aos aspectos culturais, econômicos e a real legitimidade nesse processo na construção do equilíbrio social.
2 OBJETO
O objeto de estudo refere-se às pessoas ocupantes de vagas destinadas a alunos cotistas em universidade pública, especificamente na Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE. Não se refere a qualquer espécie de cotista, mas especialmente os casos em que o condicionante enquadrar-se na questão de raça.
A discussão vai além da questão no negro na universidade, entretanto este é o ponto de partida, em uma política de cotas justificada diante da constatação de que a universidade brasileira é composta, de acordo com dados do IBGE (2009), por uma maioria branca, mesmo percebendo-se uma redução na desigualdade entre os grupos, no que diz respeito à média de anos de estudo e à presença de jovens no ensino superior, em 2009 os pretos e pardos ainda não haviam atingido os indicadores que os brancos já apresentavam em 1999, limitando a oferta de soluções para as dificuldades enfrentadas