COTA RACIAL

A CRISE DA PÓS-MODERNIDADE - Estamos vivendo hoje a chamada crise pós-modernidade, em que a fragmentação, a solidão, a ausência de sentidos globais, o desencanto, o individualismo, o fim do compromisso ético e o pragmatismo não solidário estão permeando as relações, emoções e a alma dos homens e mulheres de nosso tempo.

Os teóricos da pós-modernidade pregam o fim das revoluções e a impossibilidade de se conquistar mais justiça, mais liberdade e mais humanidade. Aliás, para muitos estas são realidades que o homem somente pode buscar por si mesmo e para si mesmo e em conta-gotas.

Prega-se o fim da utopia e a proibição de sonhar. Com isto vem a nostalgia, a melancolia e a saudade de algo no qual já não mais se crê.

A falta de compromisso ético da pós-modernidade tenta libertar o ser humano da preocupação com o que dirão. Afinal, quando o homem supera esta preocupação, mostra-se como realmente é: sem orientação ética, não solidário e aproveitador. Esta total falta de compromisso também leva à total solidão.

No passado recente, a utopia ocupou o lugar de Deus na vida de muitos. Hoje tenta-se colocar o consumismo no lugar da utopia.

Na modernidade muitos lutaram para concretizar o céu na terra. Esta busca desviou a preocupação com o ser humano, especialmente suas emoções, seu interior, para fixar-se no desenvolvimento, na tecnologia, no consumismo, na divinização da história. Com isso, muitos perderam a dimensão teologal da história.

Neste momento, diante dos constitutivos da pós-modernidade, as igrejas deveriam se levantar como alternativa, ou, quem sabe, como último reduto da utopia.

As igrejas não podem fracassar, mas inaugurar um caminho que estanque esta crise: o caminho do amor que devolve ao homem o seu mais profundo valor. A esperança brota do amor.

Se as igrejas não abraçarem a bandeira da utopia, tornando-se um caminho alternativo para a crise, poderão representar, num futuro próximo, uma espécie de