Cortiços no Rio de Janeiro
O autor do texto trata do contexto social, politico e ambiental em que os cortiços estavam inseridos depois da segunda metade do século XIX e começo do XX. Um dos principais assuntos colocados em questão, é como a sociedade via os moradores dos cortiços e como estes eram tratados pelos governantes. Outro tema abordado é a salubridade destes locais onde aparecem umas das figuras mais importantes do texto, que são os médicos higienistas, que no auge de suas atividades tinham mais poder sobre os cortiços do que o ministro do interior. Fala também sobre como alguns cortiços surgiam e desapareciam e de como eram de difícil identificação pelas diferentes autoridades que utilizavam critérios distintos na avaliação da existência de um cortiço ou não.
O autor começa narrando um acontecimento bastante forte e agressivo contra o “Cabeça de Porco”, uns dos cortiços mais famosos do Rio de Janeiro. Era a demolição deste, que causou tanto movimento que quase todas as autoridades da cidade estavam presentes, inclusive o prefeito Barata Ribeiro. Este acontecimento demonstrou na prática como as governantes da época consideravam os cortiços e os moradores destes, além de ter sido um marco para a organização urbana da cidade. A partir daí, foram desaparecendo os cortiços e aparecendo as favelas.
As classes mais pobres, após a primeira metade do século XIX com o início do êxodo rural e a chegada de uma grande quantidade de imigrantes, foram praticamente obrigados a se instalar nestes tipos de moradias precárias. Conforme a população nas cidades ia crescendo, os espaços iam sendo cada vez mais disputados, fazendo com que os alugueis fossem aumentando gradativamente. Os únicos locais que sobraram para a parcela mais pobre da população foram os cortiços. E esta parcela mais pobre ainda sofria com o preconceito. Todos que faziam parte das “classes pobres” automaticamente eram considerados parte das “classes perigosas”. Ou seja, ser pobre era para muitos, um