O Cortiço

6723 palavras 27 páginas
Abandonando os ambientes sofisticados do romantismo, Aluísio Azevedo, em o cortiço, conduz o leitor aos subúrbios miseráveis do Rio de Janeiro no século XIX, mostrando uma ampla galeria de tipos humanos que, até então, não tinham sido representados nas páginas dos romances. Vemos assim desfilar, diante de nossos olhos, lavadeiras, operários, prostitutas, mascates, todos representantes de uma população marginal, que vive num ambiente degradado e corruptor, em que a sensualidade é a nota dominante. O enredo central gira em torno da vida do comerciante português João Romão, que movido pela ganância, não hesita em utilizar as pessoas como degraus para sua ascensão social. As cenas coletivas importavam mais que as personagens, o maior personagem é o próprio cortiço. O autor contrapõe o cortiço (representado por João Romão) e o sobrado (comendador Miranda), retrata as diferenças e a miséria moral de ambos os ambientes. O livro também defende a tese do determinismo (o homem é produto do meio) exemplificada pelo português Jerônimo que degrada-se no ambiente do cortiço, abandonando a família e antigos hábitos. Além do extensivo uso de zoomorfismo (atribuir características animalescas aos personagens). Escrito numa linguagem forte e direta, o cortiço representa um dos pontos altos da literatura brasileira do século XIX usando uma linguagem objetiva, que revela em detalhes os problemas, a violência e a hipocrisia que marcavam o relacionamento das classes sociais no Brasil. Abandonando os ambientes sofisticados do romantismo, Aluísio Azevedo, em o cortiço, conduz o leitor aos subúrbios miseráveis do Rio de Janeiro no século XIX, mostrando uma ampla galeria de tipos humanos que, até então, não tinham sido representados nas páginas dos romances. Vemos assim desfilar, diante de nossos olhos, lavadeiras, operários, prostitutas, mascates, todos representantes de uma população marginal, que vive num ambiente degradado e corruptor, em que a sensualidade é a nota

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