O cortiço
Era essa uma escrava que ganhava a vida vendendo peixe frito diante da venda de João Romão. Os dois tornam-se amantes. O protagonista aproveita as economias dela e, mentindo que havia comprado a sua carta de alforria, investe em seus próprios negócios, construindo três casinhas, imediatamente alugadas.
Com o tempo, de três chegam a 99 casinhas (na realidade, o progresso é devido não só ao tempo. Há também o dinheiro dos aluguéis que vai sendo investindo, numa postura claramente capitalista, e também o furto que João Romão e sua amante vão realizando do material de construção dos vizinhos), tornando-se o Cortiço São Romão
De fato, os moradores do cortiço vão formar uma galeria de tipos extremamente rica, colorida, autorizando-nos a dizer que essa coletividade é que se torna a melhor personagem da obra. A moradia coletiva comporta-se como um só personagem, um ser vivo.
Nesse lugar, encontramos inúmeras figuras, cada uma representando um mergulho nas diferentes taras (o enfoque das patologias sexuais) e facetas da decadência humana.
Há vários exemplos, como Neném, adolescente negra de libido explosiva que acaba perdendo a virgindade nas mãos de um empregado de João Romão. Cai na vida. Existe também Albino, de tendências homossexuais, ou então Machona, de pulso firme, tanto denotativa quanto conotativamente.
Botelho, homem corroído pelas hemorroidas e pelo pior tipo de materialismo – o alimentado pela cobiça de quem não tem nada.
Pombinha, moça afilhada da prostituta Léonie, que é responsável