O cortiço
2- qual seria a relação do indivíduo, e sua cultura, no processo de mudança social? Como as possíveis identidades construídas podem gerar mudança social? Como se produzem e reproduzem as identidades e as mudanças sociais? Como acontecem as mudanças sociais? Como as situações de transformação social se apresentam? Quais seus contextos? Que diálogos podemos estabelecer entre as diversas formas do conhecimento humano e a questão acerca de indivíduo, cultura e mudança social? O cortiço, de Aluísio Azevedo ilustram a partir da literatura algumas dessas questões.
RESUMO
O romance segue claramente duas linhas mestras em seu enredo, cada uma delas girando em torno de um imigrante português. De um lado temos João Romão, o dono do cortiço, do outro Jerônimo, trabalhador braçal que se emprega como gerente da pedreira que pertence ao primeiro.
João Romão enriquece às custas de sua obsessão pelo trabalho de comerciante, mas também por intermédio de meios ilícitos, como os roubos que pratica em sua venda e a exploração da amante Bertoleza, a quem engana com uma falsa carta de alforria. Ele se torna proprietário de um conjunto de cômodos de aluguel e da pedreira que ficava ao fundo do terreno. Aumenta sua renda e passa a se dedicar a negócios mais vultosos, como aplicações financeiras. Aos poucos, refina-se e deixa para trás a amante.
Miranda, comerciante de tecidos e também português, muda-se