Contribuições da linguística ao ensino
PORTUGUESA: ALGUMAS REFLEXOES NECESSÁRIAS
Margarete Aparecida Nath BRAGA1 (FAG/PG. – UNIOESTE/UFBA)
RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo apresentar algumas reflexões acerca das contribuições da linguística textual ao ensino da língua portuguesa. São relevantes para esse trabalho, os estudos de Bakhtin (1995,
2003), Geraldi (2003), Koch e Travaglia (2001), Antunes (2009) que auxiliam na compreensão do texto/gênero do discurso como objeto vivo e dinâmico de ensino da língua. Adotar o texto como objeto de ensino significa pensar nas reais situações de interação construídas socialmente, as quais só se realizam por meio dos gêneros do discurso. As reflexões apontadas por esses teóricos permitiram o professor um olhar mais reflexivo em relação ao ensino da língua em sua dimensão de prática social, veiculadora de ideologias. Discute-se os pressupostos teóricos apresentados por Bakhtin (1995, 2003), no sentido de
(re)pensar o ensino da língua em práticas sociais, pois é nelas que se constroem os enunciados concretos por meio dos quais interagimos. Com esse novo olhar, o foco de ensino da língua, outrora metalinguístico, volta-se para os gêneros do discurso, no sentido de aproximar o ensino das práticas discursivas onde a linguagem oficializa-se para cumprir determinadas funções sociais.
PALAVRAS-CHAVE: Linguística. Texto. Interação Social.
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como finalidade apresentar algumas reflexões acerca das contribuições da linguística textual ao ensino da língua portuguesa.
Discute-se como essa disciplina se constitui, em meados da década de 1980, no Brasil, não só influenciando o ensino da língua, como principalmente, criando outro foco para os estudos da linguagem. A preocupação em apresentar o texto como objeto de estudo já vinha de longa data, especialmente na França com as discussões a respeito da análise do discurso.
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Graduada em Letras pela UNIOESTE