Contos infantis
Era uma vez um casal de lenhadores que vivia num país distante e que tinha sete filhos. O mais pequeno nasceu tão pequenino como o dedo polegar de uma mão e, por isso, chamavam-lhe Polegarzinho. Era uma família muito pobre e, naquele ano, não havia na floresta lenha para cortar. Cheio de pena o pai disse, certa noite, à mulher:
-Os pobrezinhos dos nossos filhos estão a morrer à fome. Amanhã vou levá-los para o bosque e deixo-os lá. Se Deus quiser, alguém há-de passar e talvez os leve para casa e lhes dê de comer.
Mas o Polegarzinho não estava a dormir e ouviu tudo. Quando não o podiam ver, foi a um rio que havia lá perto e encheu os bolsos de pedrinhas brancas. E quando o pai, na manhã seguinte, os levou para a floresta, o Polegarzinho foi deixando cair as pedrinhas, uma a uma, durante todo o caminho.
Sempre a andar, chegaram à parte mais profunda do bosque e, numa altura em que os meninos estavam distraídos, o pai foi-se embora, deixando-os entregues à sua sorte.
Os irmãos, quando perceberam que estavam sozinhos, começaram a chorar. Todos, menos o Polegarzinho, que lhes disse:
-Não chorem, que eu sei a maneira de voltar.
E, seguindo o rastro das pedrinhas brancas, chegaram a casa.
Os pais ficaram muito contentes quando os viram.
Mas, poucos dias depois, decidiram deixá-los na floresta outra vez. O Polegarzinho, que também ouviu esta conversa mas não teve tempo de ir apanhar mais pedrinhas, guardou no bolso um bocadinho de pão do pequeno-almoço, e foi deixando cair migalhas de pão pelo caminho para poder voltar.
Quando voltaram a perceber que estavam de novo sozinhos, o Polegarzinho disse-lhes:
-Não se apoquentem; eu sei a forma de voltar.
Mas os pássaros tinham comido as migalhas de pão. Caiu a noite e viram, ao longe, uma luz. Era uma casa.
Uma velhota abriu-lhes a porta e assustou-se muito quando os viu:
-O que é que vocês estão a fazer aqui? -gritou. -Têm que se ir embora, a correr, porque nesta casa vive um papão que come os meninos inteirinhos.