contos infantis
MAYARA JANE PONTES
WELLINGTON MENDES1
1 INTRODUÇÃO
Considerando a literatura como uma forma de arte que utiliza como matéria prima a palavra, logo concluímos que a criança é desafiada em seu primeiro pré-requisito, que é ser alfabetizada, ou seja, que saiba ler. No entanto, a intervenção do adulto é uma importante ferramenta de mediação entre a criança e livro, de aproximação e da construção de uma relação maior entre os dois, mesmo antes da alfabetização ou diante da dificuldade ou desinteresse pelo ato de ler. Podemos reafirmar de acordo com Ninfa Parreiras que:
No processo de aproximação da criança com o livro, o educador ocupa um lugar importantíssimo pra o sucesso dessa empreitada. Incialmente em casa, quando a mãe conversa com o filho, e quando canta e lhe conta histórias, o adulto é um mediador na relação criança/leitura.
Percebemos então que neste momento ainda não há uma característica de aquisição da linguagem literária propriamente dita, mas de simples contato com a narrativa oral relacionada à musicalidade e à afetividade. A partir disso se dá uma influência primordial desta literatura oral na primeira infância e sua eficácia tanto no processo de apreciação das narrativas como no processo de desenvolvimento e aprendizagem ao longo de toda a infância. Como afirma Camara Cascudo o saber popular é “para todos nós o primeiro leite intelectual”
Sabemos que os contos infantis de ontem e de hoje têm de origem popular pois são derivados de expressões de culturas orais, ou seja, sem escrita. Esses povos não contavam com habilidades para registrarem seus conhecimentos mas, mesmo assim transmitiram-no durante séculos e levaram-no à posteridade através da memória e da tradição oral. Durante esse processo de transmissão boca a boca esses contos sofreram vários tipos de modificações como cortes, acréscimos, substituições de acordo com a cultura de cada local que o recebia gerando assim