contos de fadas
O presente trabalho objetiva em explanar a contribuição das histórias infantis no desenvolvimento emocional da criança, a partir da análise de um conto fantástico contemporâneo sob a ótica principalmente do referencial teórico psicanalítico. Procura ainda proporcionar uma reflexão aprofundada aos educadores sobre a importância dos contos de fada na infância, em que este artigo vem a servir como estratégia para uma maior fundamentação teórica de tais profissionais.
Justificativa
A atual sociedade é marcada pela fluidez das relações, ou seja, as pessoas investem pouco tempo no sucesso de relacionamentos, na qualidade do lazer familiar (Bauman, 2004), os valores almejados nesta sociedade estão muito mais relacionados ao bem material do que, por exemplo, nas amizades. Neste contexto, tais valores refletem na escolha dos pais em valorizarem as escolas que preparam seus filhos desde pequenos para os processos seletivos das grandes universidades. A criança, assim, é inserida rapidamente no mundo do adulto, em que somente a razão e o intelecto são estimulados, desconsiderando por vezes os aspectos emocionais intrínsecos ao desenvolvimento da criança (MORABITO, SEI & ARRUDA, 2012).
Segundo Morabito et al. (2012, p. 69) “o simples brincar, o fantasiar da criança em suas histórias de ‘faz de conta’, o ‘tempo livre’ no contexto escolar que poderia ser destinado às brincadeiras, aos jogos, ao movimentar-se, deixam de ser valorizados por pais e profissionais”. Em contrapartida a isso, as narrativas de gênero fantástico, como os contos de fadas, são capazes de transmitir as crianças discussões atemporais de valores fundamentais como: o bem e o mal, o belo e o feio, o certo e o errado etc. (BETTELHEIM, 1980). As crianças devem vivenciar experiências com a realidade, é importante ler às crianças histórias fantásticas provocadoras de sentimentos como alegria e/ou medo. O medo e tantos outros sentimentos capazes de causar conflitos presentes na vida devem ser