Contos de fada
Hoje quero falar sobre um tipo de história que me fascina desde pequena: oscontos de fadas.
O termo nos remete quase invariavelmente a paisagens da Europa medieval, com florestas brumosas e castelos onde dormem princesas encantadas... não é verdade?
Pois saibam que os contos de fadas surgiram bem antes da Idade Média, e eram passados dos avós para os netos, através da tradição oral, desde os tempos mais remotos. É impossível datar a matriz primordial desses contos, mas as origens de alguns deles foram rastreadas até os primeiros séculos de nossa era. Com isso, chegou-se à conclusão de que histórias como "Branca de Neve" e "Cinderela" derivam de contos orientais, cujas versões mais antigas, provenientes da Índia e da China, foram trazidas pelos árabes para a Europa, aí se mesclando ao folclore local. Assim, os cruéis efrits e os djinns que satisfaziam desejos se transformaram nas bruxas e fadas-madrinhas que conhecemos na infância... e que até hoje nos servem de referência e inspiração.
As raízes européias desses seres mágicos podem ser encontradas em várias mitologias. Na tradição clássica, o primeiro autor a aludir às fadas foi o geógrafo Pomponius Mela (séc. I), enquanto entre os celtas sua origem seria ainda mais antiga, remontando ao século II a. C. Foi das reminiscências desse mundo mítico que, séculos depois, surgiram os romances de cavalaria, nos quais as fadas apareciam como personagens. Além da Dama do Lago, presença constante nos romances do ciclo arturiano, são famosas a Fada Morgana (o mesmo nome da criada de Ali Babá... a Fata Morgana é uma figura central dos contos árabes) e Melusina, a dama-serpente ligada à estirpe dos Lusignan.
Essas fadas, e muitas outras, se fixariam no imaginário da Idade Média e da Renascença, perpetuando-se nos contos narrados nos serões familiares, bem como nas canções e nos poemas que circulavam entre a gente do povo. Sua forma sofreu modificações relativas ao tempo e ao