CONSTRUÇÕES RURAIS
A queima é uma das etapas mais delicadas do processo cerâmico. Eventuais defeitos originados nas etapas anteriores revelam-se somente quando o material é queimado. Consiste em submeter às peças conformadas e secas a uma dada temperatura para que elas adquiram propriedades desejadas, dentro dos valores especificados. Na cerâmica vermelha os produtos são queimados em fornos a uma temperatura entre 850°C e 1050ºC. A escolha do equipamento de queima deve levar em consideração o tipo de produto que será fabricado e as características da argila, além do volume de produção e os combustíveis que estarão disponíveis para serem usados na queima. Antes de optar por um modelo de forno o técnico recomenda que o ceramista pense na eficiência energética, especialmente em um momento em que as alternativas estão cada vez mais caras e no qual a biomassa desponta como o produto para queima mais indicado.
A peça crua quando colocada em forno sofre os defeitos do aquecimento, durante o qual ocorrem alguns fenômenos que exigem cuidados:
Pouco acima de 10° inicia-se a eliminação da água higroscópica remanescente;
A cerca de 200ºC ocorre a eliminação da água coloidal;
De 350ºC a 650º C ocorre a queima de substâncias orgânicas presentes na massa, como também a dissociação de compostos sulfurosos e ainda a liberação, na forma de vapor, da água de constituição das argilas;
Em temperaturas próximas a 570º C dá-se a transformação do quartzo, acompanhada de uma expansão;
Entre 870ºC e 900ºC os carbonatos decompõem-se e liberam CO2, acima de 700°C desenvolvem-se as reações químicas da sílica e da alumina com os elementos fundentes, havendo formação de complexos sílico- aluminosos que são exatamente os que trazem a dureza, resistência e estabilidade ao corpo cerâmico;
Acima de 1000ºC os compostos sílico-aluminosos, que estão na forma vítrea, começam a amolecer e o corpo cerâmico pode escoar, deformando-se.
Além da temperatura, o tempo de queima