Construir, desconstruir e reconstruir um relacionamento
Quando um relacionamento se inicia dois momentos se sucedem. O primeiro momento quando há o ritmo acelerado da paixão, do enorme desejo em estarem juntos, do tempo que parece não passar se estão distantes, muitas conversas, trocas e o incipiente aprendizado de um sobre o outro. Há uma sensação de ritmo acelerado, o tempo parece ser diferente do tempo habitual. Inicialmente a relação se ofusca por uma grande idealização ou fantasia com relação ao outro, como não houve ainda tempo suficiente para conhecer mais profundamente quem está ao seu lado, cada um, em grande parte, gosta do que se imagina a respeito do outro. Essa, podemos dizer, é uma regra basicamente geral para todos os casais que se formam, geral e também necessária
Passado esse primeiro momento, gradativamente o casal encontra um outro ritmo, que será próprio de cada dupla, mas que gradualmente se transforma em algo mais lento, porém igualmente bom.
Nesse segundo momento acontece o que podemos chamar de construção e solidificação do vínculo, esse será o periodo em que cada um irá lidar dia a dia e cada vez mais com o parceiro real e não mais apenas com aquele parceiro "colorido" pela paixão. Ao longo dos meses, anos, tempo de vida que estarão juntos, pouco a pouco se conhecerá mais como cada um é, se distanciando do que inicialmente se sonhava ou se imaginava sobre o outro. Podemos dizer que é um momento real do relacionamento, onde se gosta do outro não mais apenas pelo que se imagina ou por suas qualidades, mas acima de tudo também será necessário aprender a gostar ou se ajustar aos defeitos, as diferenças, as falhas. O casal que atravessa essa longa fase de construção e conhecimento consegue ao mesmo tempo solidificar o vínculo e permanecer junto. Da paixão inicial desdobra-se o amor, a admiração, o companheirismo, enfim um amplo repertório de sentimentos mais elaborados e tão intensos e necessários quanto a paixão. O que podemos concluir do escrito acima