Consequências do mercantilismo europeu em angola
CONSEQUÊNCIAS DO MERCANTILISMO EUROPEU EM ANGOLA
0. Breve introdução
No presente capítulo propomo-nos em abordar as questões relacionadas com as delimitações diacrónicas, sincrónicas e os actores de todo o processo mercantilista europeu, de 1482 a 1885, em relação às suas consequências recaídas sobre os africanos, particularizando, na medida do possível, a realidade sobre Angola.
Constituindo a base de confronto informações, os “Apontamentos de História de Angola”, de 2006, de Armindo Jaime Gomes, então docente do ISCED do Centro Universitário de Benguela, assegura-se-nos que a consequência nuclear do mercantilismo europeu recaiu sobre a África, por não existir Angola, na configuração actual, pois no decurso deste processo ela foi um conjunto de Estados e Nações africanas autónomas e independentes umas das outras, consiste na implementação do colonialismo em África a partir da Conferencia Internacional de Berlim.
1. Antecedentes e condições prévias
As consequências do histórico processo mercantilista europeu de 1482, recaídas posteriormente sobre Angola, tiveram a sua génese implícita à navegação marítima portuguesa, essencialmente, para o Oriente. Na altura, o reino de Portugal, através de Henrique, que também se conheceu por “o Navegador” (1394-1460), “por ser ele quem mais contribuiu para a expansão ultramarina portuguesa[1], foi induzido por motivos essencialmente económicos e razões de fé, a realizar expedições na costa Atlântica da África, “através da costa do Malabar (CORREIA, 1937:79) e, assim, desviarem as tradicionais rotas comerciais das especiarias do Mediterrâneo para o Atlântico.
Entretanto, nem tudo correria bem, pois com “a crise sucessória de Castela, após a morte de Henrique IV (BIRMIGHAN, D. 1974: 112), de que Portugal foi objecto de intervenção, bem como os novos desafios colocados pela exploração marítima do hemisfério Sul, provocaram alguma interrupção no processo mercantilista emergente no Atlântico. Contudo,