consaguineidade
Otavio R. Morais – Pesquisador EPAMIG
É comum ouvir alguns produtores de caprinos e ovinos comentarem: "Não há qualquer problema no acasalamento entre pai e filha! O que não pode é acasalar avô com neta ou irmão com irmã". Infelizmente, os produtores estão cometendo um equívoco ao pensar desta maneira. A verdade é que todo acasalamento entre animais aparentados, definido como consangüíneo ou endogâmico, apesar de ter alguns aspectos positivos, se mal utilizado, pode trazer prejuízos para o rebanho.
Muitos produtores também acreditam que o problema da consangüinidade restringe-se apenas ao nascimento de animais com defeitos genéticos. No entanto, os prejuízos ocasionados pela consangüinidade vão mais além: ela também prejudica o desempenho produtivo e reprodutivo dos animais. Como grande parte dos produtores não faz escrituração zootécnica, esses prejuízos acabam passando despercebidos.
É verdade que a consangüinidade pode ser utilizada como ferramenta para promover o melhoramento genético dos rebanhos. E, desde que orientado por um técnico especializado, o produtor tem condições de tirar proveito dela, pois seu uso de maneira criteriosa permite a detecção de genes recessivos deletérios no rebanho e a seleção através do descarte dos animais portadores desses genes.
Além disso, a exploração da prepotência do animal consangüíneo (tendência para imprimir suas características com maior intensidade), facilita a uniformização racial e a fixação de características que o produtor considera desejáveis.
Apesar dos benefícios citados, de maneira geral, a consangüinidade é considerada prejudicial. E, como já foi afirmado, além do aumento da incidência de defeitos genéticos, ela influencia de maneira negativa o desempenho produtivo e reprodutivo dos animais. No Quadro 1 são apresentados os resultados obtidos com estudos envolvendo os efeitos da endogamia, realizados com diversas espécies animais exploradas economicamente, e