Conrack
Pat Conray é um professor branco que passou boa parte de sua vida como racista. Tem a oportunidade de redimir-se, ensinando crianças negras em uma ilha em que essa raça é a predominante. Em sua primeira aula, depara-se com alunos que não sabem absolutamente nada, que desenvolveram sua própria linguagem e cujos recursos pedagógicos utilizados até então eram baseados em castigos físicos e psicológicos. essa forma, Conroy desenvolve sua prática de ensino “revolucionária”, focando-se nas necessidades dos alunos, interpretadas por ele como a falta de oportunidades de participarem da cultura branca americana. Apesar de todo o esforço do professor, a pedagogia que ele desenvolve parte do ponto de vista branco, pois era um branco numa ilha da Carolina do Sul, ensinando cultura branca aos seus alunos.
Contudo, os tempos e espaços foram, sem dúvida, diferentes daqueles vivenciados sob a tutela da diretora negra, que, embora representasse o mesmo grupo de representação dos alunos e alunas como pertencente à mesma raça e, com os quais dividia o mesmo espaço cultural, fora colonizado pela cultura branca, e investida de um lugar de representação na comunidade branca, agia com seus alunos a partir desta política cultural, onde o negro precisava ser duro e saber enfrentar a vida como um ser inferior.
Sem dúvida o sistema deve ser enfrentado, e um professor como Conroy é algo louvável, mas não seria um tanto utópico? O sistema nos mostra isso, até mesmo nesses filmes que idealizam professores heróis.
Em Conrack, o sistema é representado pelo superintendente Skeffington que, diferentemente da diretora, não é um simples alvo da colonização branca, mas é um branco impregnado pelo racismo e autoritarismo no sistema escolar: “Este é o meu latifúndio!”, diz ele em uma cena do filme.
E o sistema vence no final. Conroy é demitido e, por mais que seus esforços tenham sido extremamente produtivos e gratificantes, o próximo professor, quem sabe, não terá a mesma força de