Conhecimento
Todo e qualquer conhecimento envolve um sujeito e um objecto. Não seria possível referirmo-nos a algo se não houvesse alguém para conhecer (sujeito) e algo para ser conhecido (objecto). Deste modo, falar em conhecimento implica sempre a relação estabelecida entre um sujeito e um objecto, na qual a actividade que o sujeito desenvolve é direccionada para o objecto com a finalidade de se apropriar das suas características principais, isto é, de o conhecer.
Edmund Husserl entende o conhecimento enquanto fenómeno que se dá no campo da consciência, tendo aqui o termo fenómeno o sentido de aparência: procura descrever o conhecimento como ele aparece à consciência do sujeito, como se manifesta, sem qualquer pressuposto prévio, isto é, sem tomar posição face aos diferentes problemas que o conhecimento suscita; daí o termo fenomenologia.
FENOMENOLOGIA – estudo descritivo dos fenómenos que aparecem à consciência do sujeito, possíveis de serem apreendidos por intermédio da representação. A fenomenologia caracteriza-se pela actividade intencional que o sujeito realiza em direcção ao objecto com a finalidade de dele se apropriar.
O conceito de sujeito, aqui em questão, não é referido a este ou aquele indivíduo em particular, mas ao ser humano enquanto ser com capacidade de se relacionar, através do conhecimento, com o meio que o envolve – que os filósofos designam por sujeito epistémico.
O termo objecto, neste contexto, implica tanto realidades empíricas materiais, tais como mesas, cadeiras, árvores, etc; como realidades mentais, tais como números, quantidades, relações, qualidades, etc. O objecto – objectum – é aquilo que está fora do sujeito, que lhe é heterogéneo e transcende.
Não há conhecimento sem esta dualidade sujeito-objecto, que implica uma correlação, já que um dos elementos não existe se o outro não existir; são portanto, termos correlatos, embora independentes e transcendentes um ao outro. Então, como