Condições do solo para plantação de cana de açucar
Luiz Alberto Staut 1,
Em Mato Grosso do Sul, a área cultivada com cana-de-açúcar está em torno de 136 mil hectares e distribuída em 16 municípios. Com a implantação de novas usinas de açúcar e álcool, estima-se que a área a ser ocupada pela cultura da cana-de-açúcar deva aumentar em cerca de 360 mil hectares. Antes que essa expansão ocorra de forma indiscriminada é fundamental que se considere as exigências da cultura com relação a tipo de solo e, se preciso, proceder sua adequação física e química, uma vez que já se verifica a existência de projetos a serem conduzidos em áreas com os mais diversos tipos de solo e características químicas e físicas.
A cana-de-açúcar possui um sistema radicular diferenciado em relação à exploração das camadas mais profundas do solo quando comparado com o sistema radicular das demais culturas, principalmente as anuais. Por ser uma cultura semiperene e com ciclo de cinco a sete anos, o seu sistema radicular se desenvolve em maior profundidade e assim passa a ter uma estreita relação com pH, saturação por bases, porcentagem de alumínio e teores de cálcio nas camadas mais profundas do solo. E estes fatores, por sua vez, estão correlacionados com a produtividade alcançada principalmente em solos de baixa fertilidade e menor capacidade de reter umidade.
Resultados de pesquisas obtidos nas condições do Estado de São Paulo indicam que, independente da textura, se argilosa ou arenosa, a produtividade decresce dos solos eutróficos, os mais férteis (alta saturação por bases), para os álicos (alta saturação por alumínio), menos férteis. Como exemplo de extremos de produtividade, temos que em Nitossolo Vermelho eutrófico (Terra Roxa Estruturada) as produtividades têm variado entre 110 e 91 toneladas, enquanto em Neossolo quartzorênico (Areia Quartzosa) estão entre 72 e 64 toneladas de cana-de-açúcar por hectare. Considerando-se somente o tipo de solo, no caso o Latossolo Vermelho, a