A Expansão da Cana de Açucar e seus conflitos Sócio Ambientais
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Mestrado em Urbanismo
Disciplina: Territórios e Poder
Professoras: Raquel Rolnik Maria Helena Machado
Aluna: Paula Maria Magalhães Teixeira
Data: junho de 2006
A Expansão da Cana de Açúcar e seus Conflitos Sócio-Ambientais
Resumo Este trabalho fala do conflito entre o desenvolvimento da agroindústria sucroalcooleira, com o aumento da plantação de cana de açúcar no estado de São Paulo, e os conflitos sócio ambientais causados pela sua expansão. Tem como objeto de estudo a Usina São João, na cidade São João da Boa Vista. introdução A expansão da cana de açúcar para a produção de açúcar e álcool pela agroindústria sucroalcooleira acarreta inúmeros problemas sócio ambientais. Segundo José Eli da Veiga: “A sociedade brasileira está pagando um preço elevadíssimo por ter escolhido o caminho avesso daquele que vingou em todos os países mais desenvolvidos. Nesses países a sociedade confiou na agricultura familiar e por isso não assistiu tão grande expulsão prematura de trabalhadores desse setor. As altíssimas taxas de desemprego que existem hoje no Brasil se devem essencialmente a esse fenômeno”. As primeiras mudas de cana de açúcar chegaram ao Brasil através de Martim Afonso de Souza, em 1.532, que aportou em São Vicente, litoral de São Paulo. Desde o princípio, a cana ocupou os solos mais férteis de Brasil e foi o primeiro instrumento encontrado por Portugal para consolidar seu efetivo domínio sobre a colônia, atraindo interesses de investidores. O sistema de produção baseado na monocultura, na mão-de-obra escrava, e na grande propriedade protegida pelo Estado, é um dos grandes elementos essenciais para compreender a perversa concentração fundiária e o grau de extrema pobreza que ainda hoje se verificam no meio rural, principalmente no Nordeste. A cana sempre manteve essa perversa forma de aniquilamento do meio socioambiental, como