A expansão da agroindústria sucroalcooleira no município de campo florido - minas gerais, brasil
1. Introdução
Na última década do século passado as discussões acerca das conseqüências nocivas da queima de combustíveis fósseis e a elevação dos preços do petróleo, o tratado de Kyoto, e a presença da questão ambiental na agenda política dos países, abriram grandes perspectivas para a produção do etanol derivado da cana-de-açúcar. Principalmente através das discussões a respeito da comprovação das mudanças climáticas globais associadas ao aumento de CO2 na atmosfera, cresceu o interesse internacional pelo desenvolvimento de um mercado e reservas mundiais de etanol, colocando a produção desse biocombustível na pauta de vários tratados e alianças entre países.
O Brasil é hoje o primeiro produtor mundial de cana-de-açúcar, cuja atividade produtiva é responsável por grande parte das exportações do país, sendo extremamente importante no comportamento da economia nacional. A introdução ou expansão dessa monocultura promove transformações em todas as esferas do processo produtivo onde essa lavoura se instala.
As grandes possibilidades dessa atividade econômica, de certa forma, atingiram todas as regiões produtoras do país com o aumento da área plantada, da produtividade, da tecnologia envolvida, da produção de energia, etc. Em Minas Gerais não foi diferente. Desde 2003 estão em estudo, implantação ou expansão de 50 projetos de usinas produtoras de açúcar e álcool. Segundo a Secretaria de Desenvolvimento de Minas Gerais (MINAS GERAIS, 2007), a taxa média de crescimento da produção de cana-de-açúcar em Minas Gerais é de 8,6% ao ano, contra 4,81% da média nacional. O Triangulo Mineiro concentra 79% da produção de açúcar e 61% de álcool produzido no Estado, ou seja, é a principal região produtora de Minas Gerais.
O problema levantado é saber se, com as novas instalações da agroindústria e com isso as mudanças no uso e ocupação do solo serão ampliados os já conhecidos